Descrição

Em seu relato, Benedita recolhe as lembranças afetivas e companheiras que impulsionaram todos aqueles e aquelas que se juntaram ainda muito jovens nessa batalha cívica pela autoestima de parcelas excluídas de nosso povo. Dessas lembranças há menção, como não poderia deixar de ser, do terror instalado pela ditadura no instante em que o PNA deslanchava e buscava multiplicar sua irradiação pelo território brasileiro. Hoje, no outono da vida, a geração do PNA lamenta apenas a perda de companheiros e companheiras que nos deixaram e que não podem se juntar aos sobreviventes para conclamar o nosso mais ardoroso desejo de dar prosseguimento às tarefas inconclusas. Se o reconhecimento do valor do trabalho de Paulo Freire foi conquistado mundo afora, a prática libertadora está longe de ser plenamente conquistada e reproduzida às novas gerações. No relato de Benedita está presente uma convocação para que não deixemos nunca de lado um esforço mal iniciado porque ele não se encerra enquanto não lograrmos a integridade da justiça social.Dando sua contribuição à continuidade de um trabalho iniciado com tanto brilho pelos que estiveram à frente do PNA, Benedita juntou-se a dois outros anistiados, Ana Leite e Tasso Peçanha Lós, e criou a ONG Instituto de Desenvolvimento e Educação de Adultos (IDEA) e pós a trabalhar alfabetizando e educando para vida jovens e adultos. Buscou parcerias em municípios e até hoje exibe o orgulho de ter sido pioneira na gestão de uma próxima redenção da nação brasileira.Por fim, cabe dizer tratar-se de uma leitura indispensável passado tanto tempo com raras oportunidade para conhecer esforços compartilhados de brasileiros como a autora e demais companheiros que souberam honrar o dever de cidadania, tão carente entre nós.